Este blog chegou ao fim da sua vida !!!


Mas vai renascer com todos estes e muito mais posts em http://www.gemeo-singular.blogspot.com/, com nova imagem e novo nome.


Esperamos-vos lá!



LUTO INSONDÁVEL PRESO NUMA ESPIRAL DE AMOR SEM FIM

Veja no fundo desta página uma apresentação em 23 slides: a origem dos sentimentos que gémeos singulares relatam com mais frequência e uma descrição dessas sensações e emoções.



23 de novembro de 2008

Homenagem

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Agradeço a Gregória Correia a autorização para usar a imagem, e a inspiração.

17 de novembro de 2008

Diz qualquer coisa

"Estás tenso como a armadilha de um caçador; bem disfarçado, o que é que estás a esconder? Cara de póquer, esculpida em pedra, entre amigos mas sozinho, porque te fechas?

Diz qualquer coisa, diz algo, seja o que for, já te mostrei tudo, faz-me um sinal. Diz qualquer coisa, diz algo, seja o que for; o teu silêncio é ensurdecedor; retribui-me de qualquer forma!

Toma uma droga para te pôr em liberdade. Fruto estranho de uma árvore proibida, tens que voltar em breve. Preciso de mais do que de uma droga, preciso de uma modificação de cenário, preciso de uma nova vida.

Diz qualquer coisa, diz algo, seja o que for, já te mostrei tudo, faz-me um sinal. Diz qualquer coisa, diz algo, seja o que for; o teu silêncio é ensurdecedor; retribui-me de qualquer forma!

Diz qualquer coisa, eu estou aberto a tudo, aberto a imaginar. Já engoliste tudo? retribui-me de qualquer forma!"

James

12 de novembro de 2008

"Gémeos amalgamados"

Através de um teste de ADN chegou-se à surpreendente conclusão que uma mulher inglesa não era a mãe dos seus próprios filhos, gerados de modo natural. De facto o ADN do seu sangue e o ADN do tecido dos seus ovários não coincidia; ela era uma quimera humana. Põe-se então uma questão: será a irmã gémea desta mulher, fisicamente fundida no seu corpo, a mãe dos seus próprios filhos? Podemos dizer que esta mulher inglesa é na realidade a fusão de duas pessoas, duas irmãs gémeas.
A medicina considera as pessoas constituídas por dois tipos de células geneticamente diferentes quimeras humanas. São pessoas "como nós" que no seu corpo contêm ADN provenientes de dois blastocistos diferentes que se fundiram em determinada fase do seu desenvolvimento (ver aqui artigo em inglês).

A olho nu o quimerismo é dificilmente visível, sendo apenas possível de reconhecer em pessoas que têm genitais sexualmente ambíguos (hermafroditas), ou ainda quando partes de tecido diferem geneticamente umas das outras, fenómeno também chamado de mosaicismo. Na pele este fenómeno denomina-se de linhas de Blaschko, mas pode também observar-se quando a cor dos olhos ou dos cabelos é diferente de cada lado do corpo, quando há assimetrias.

As quimeras mais frequentemente relatadas têm sido descobertas através da fenotipagem sanguínea, detectando-se algumas pessoas que possuem dois tipos de sangue diferente. Em irmãos gémeos fraternos encontram-se algumas dessas quimeras sanguíneas porque, estando as suas placentas interligadas, eles partilharam o fornecimento de sangue no útero (o que permitiu a troca de embrionic stem cells sanguíneas e a sua consequente introdução na medula óssea do gémeo receptor). No caso das quimeras sanguíneas que não têm irmãos gémeos, a medicina aceita a hipótese de se estar perante a síndrome do gémeo desaparecido.

Segundo afirma Charles E. Boklage geneticista, e especialista em gemelaridade da East Carolina University, que nos últimos 20 anos tem estudado o desenvolvimento e a estrutura genética nomeadamente de gémeos, “(a quimera humana)…embora raramente seja detectada, pode não ser rara. Possivelmente alguns de nós somos provenientes de dois embriões... Ocasionalmente, encontramos dadores de sangue que transportam dois tipos diferentes de sangue: isso poderá significar que gémeos fraternos se fundiram no ventre num só corpo. Naturalmente, não há nenhum modo de determinar a fusão de gémeos idênticos, já que os seus genes e os tipos de sangue são iguais.
Nestes casos os gémeos não desaparecem; eles ficaram amalgamados."

O quimerismo pode aparentemente considerar-se então um terceiro fenómeno de gemelaridade para além dos dois de que se tem conhecimento: gémeos monozigóticos e dizigóticos. Enquanto a divisão dos blastómeros (óvulos fecundados) dá origem a gémeos idênticos, o quimerismo dá-se pela fusão de dois blastómeros, quer sejam eles oriundos de dois óvulos fecundados diferentes, ou de um mesmo óvulo fecundado que se dividiu.

As quimeras são indivíduos duais, gémeos de si próprios.

11 de novembro de 2008

Palestra em Aveiro

São cada vez mais as grávidas que no início da sua gravidez têm a oportunidade de ver um segundo coraçãozinho a bater dentro da sua barriga, que depois deixa de se ver.

Com os avanços tecnológicos na assistência à gravidez, a Embriologia e as novas abordagens da Psicologia podemos afirmar que cerca de 10% dos nascimentos singulares são gémeos sobreviventes (começaram como gravidez gemelar ou múltipla), e que essas pessoas carregam para toda a vida profundas consequências psico-emocionais de não terem estado sós no início da sua gestação.

Que consequências tem aquele início de vida?
Podemos ajudar estas pessoas a lidarem com a sua perda?

Nesta apresentação de cerca de hora e meia o meu objectivo é apresentar ao público a nossa temática e responder às questões que as pessoas possam querer colocar. Será no sábado, dia 17 de Janeiro às 15h no Restaurante macrobiótico Ki. Rua Capitão Sousa Pizarro 15 em Aveiro.
Tel – 915552205/ 234094089
e-mail: info@kimacrobiotico.com

3 de novembro de 2008

A mímica apresenta a dualidade

Uma obra do mímico francês Jérome Murat que nos inspira a olhar a realidade com outros olhos, a reconsiderar o nosso lugar neste mundo, e a rever os nossos relacionamentos com os outros. Esta fascinante performance tem tanto sucesso e tanto impacto para muitas pessoas, não só pela sua qualidade artística, mas também porque para cerca de um décimo de todos nós ela soa a qualquer coisa conhecida...

Ele conta a história de um homem estátua que é surpreendido por uma segunda cabeça igualzinha à sua, que estava dissimulada em si. Depois de ela despertar e o saudar amorosamente este homem, ele por sua vez, desperta também para a vida. Da dualidade e empatia entre eles surge a alegria, a descoberta, mas também a competição pelo protagonismo: como podem coexistir duas cabeças no mesmo corpo? Ele tenta então suprimir à força a cabeça que acaba de se revelar, mas desse acto de abuso de poder resulta um momento grandioso, como que uma intervenção superior, quase divina. Imediatamente, revogando a sua decisão, o homem rejeita então a sua própria cabeça e opta pela cabeça que tinha latente em si. Vejam:

  • Existe em mim mais alguém oculto? e quem é esse alguém?
  • Será que sou dois?
  • Estará um de nós aqui a mais?
  • Quem sou eu? serei quem eu imaginava que era?
  • Fiquei mais Eu depois de assumir quem em mim se revelou, e ganhou força, e tanta vontade de me conquistar?

A sua verdadeira cabeça, antes encoberta, assume finalmente o devido lugar, ao conquistar o lugar da cabeça que o homem julgava ser a sua (e que poderiamos atribuir ao seu irmão gémeo perdido).