Gémeos sobreviventes são pessoas que partilharam parte da sua vida intra-uterina (na maioria das vezes apenas umas semanas) com um ou mais irmãos ou irmãs gémeos idênticos ou fraternos que não chegaram a nascer. O segredo mais bem guardado até hoje é que o pequeno embrião já tem consciência, já guarda memória. SERÁ QUE ALGUNS GÉMEOS SINGULARES SOFREM TODA A SUA VIDA COMO CONSEQUÊNCIA DESSA PERDA DO SEU COMPANHEIRO/A INICIAL?
LUTO INSONDÁVEL PRESO NUMA ESPIRAL DE AMOR SEM FIM
Veja no fundo desta página uma apresentação em 23 slides: a origem dos sentimentos que gémeos singulares relatam com mais frequência e uma descrição dessas sensações e emoções.
Alfred Austerman é psicólogo, naturopata, com várias formações das terapias corporais e trabalha há muito tempo com gémeos sobreviventes. Facilita regularmente Workshops específicos nesta matéria em Berlim e Paris. O trabalho realizado nestes Workshops de fim de semana recorre a métodos diferentes da constelação familiar, trauma-terapia energética, terapia corporal biodinâmica e rituais xamânicos, conforme o que é necessário. Uma outra das suas técnicas de trabalho é o Aqua-release. Num ambiente protegido e respeitoso dá-se espaço para a cura.
"Chega um momento que é preciso deixar ir, soltar-se do outro, por exemplo, num ritual de despedida, um funeral. Isto é necessário para que o choque sofrerido quando o outro desapareceu possa ser curado. Para poderem sentir-se inteiros na vida quotidiana sem o outro e sem sentimentos de culpa em relação ao outro, é necessário fazer um processo de cura aos níveis corporal e energético. O vazio energético, causado pela perda do outro pode assim sarar."
Este video fala por si. Uma jovem faz uma declaração de amor à sua amiga, amor fraterno, amor gemelar como ela tão bem reconhece. Para quem não sabe reconhecer a diferença esta declaração, cheia de ternura e inocência, confunde. É uma fronteira delicada, mas não me parece que se trate aqui de amor homossexual. A minha hipótese é de que a menina que criou o vídeo seja uma gémea sobrevivente que está a preencher o espaço deixado pela sua irmã gémea com esta amizade. Será essa a razão que a leva a exacerbar o sentimento de pertença, e a faz sentir um amor tão perfeito e sublime pela amiga? Vale a pena comparar com o post Gémea para todo o sempre onde uma jovem que perdeu a sua irmã gémea descreve os seu sentimentos. Até a letra da música tem a ver com a perda!
Nos passados dias 2 e 3 de Janeiro a RTP2 passou os dois episódios do documentário "Twins" da BBC. O documentário, que resulta de um estudo cientifico envolvendo 10 mil gémeos, questiona aquilo que constrói a nossa identidade. A partir do estudo de gémeos idênticos os cientistas observam o que faz com que esses irmãos gémeos tenham desenvolvimentos diferentes, já que a sua informação genética é exactamente igual. O estudo consiste em entender de que modo eles estão destinados a ter vidas idênticas ou até que ponto o meio ambiente pode ligar e desligar determinada informação genética e alterar os seus percursos de vida.
Devido à possibilidade de acompanhar com tanto pormenor a gravidez, através das ecografias 3D, os investigadores conhecem cada vez melhor o que se passa durante a vida intra-uterina. Hoje em dia eles sabem que, sendo um espaço pequeno, o útero oferece um mundo de possibilidades, e que os gémeos apesar de partilharem esse mundo podem ter vivências muito diferentes, e consequentemente desenvolvimentos muito diferentes mesmo antes de nascerem.
A epigenética é uma área de estudo que se debruça sobre a influência que as experiências de vida e o ambiente em que uma pessoa se move exercem sobre a disposição genética desse indivíduo. É o perfil epigenético que é diferente nos gémeos idênticos, conforme o que vivem a expressão dos seus genes é modificada por agentes que os ligam ou desligam. A Epigenética é tão revolucionária que está a mudar o modo como os cientistas vêem as mais conhecidas e debilitantes doenças. O Prof. David Leslie, geneticista que estuda há longos anos o genoma humano, afirma que depois de estudar os gémeos se tornou um não-geneticista pois compreendeu que não são os genes que nos trazem as doenças mas sim a interacção do ambiente com os genes. Essa interacção é que é importante.
E eu pergunto: se o ambiente vivido dentro do útero envolve por exemplo a morte de um outro embrião gémeo, não podemos esperar do sobrevivente uma profunda e elementar modificação epigenética do seu genoma original? E se essa modificação se deu devido a uma ocorrência externa, não será ela reversível?
Entre os vários casos apresentados destaco ainda a observação da sincronicidade a nível corporal entre gémeos idêncicos. É relatada a história de dois irmãos idênticos que apesar de terem optado por estilos de vida opostos (um alimentava-se de modo muito saudável e era fisicamente activo e o outro era sedentário e comia "mal") ambos sofreram de problemas de coração no mesmo local e do mesmo tipo. Como será isto possível? Como este documentário não inclui a dinâmica psicológica a questão fica no ar. No entanto eu arrisco: estarão eles ligados a nível emocional a ponto de o irmão saudável ter sido influenciado pelo irmão doente a, por amor, desenvolver a mesma doença?
Aqui uma explicação clara do que é a epigenética (apesar de ficar aqui esquecida a vivência pré-natal):
O espaço - Grito - é seu! Use-o para comunicar ao mundo o que quiser sobre como se sente por saber, ou sentir, que perdeu irmãos gémeos durante a sua vida intra-uterina. Escreva para wombtwin.pt@hotmail.com
e-livro infantil sobre gémeos singulares
Um pequeno e-livro, para já em inglês, uma história para crianças e não só. É o registo da experiência da minha filha, da perda da sua irmã gémea nas primeiras semanas de gestação, nas suas próprias palavras e ilustrado com os seus desenhos. Clicar na imagem para encomendar e ir à mensagem de dia 12.08.2009 para ler os comentários.
Conferência Open Space Wombtwin.com 2010
Será nos dias 1 a 3 de Outubro no Centro pastoral All Saints em Londres Colney, Herts, com possibilidade de ser residencial. O programa está aqui.
Preencha o questionário desenvolvido por Althea Hayton, (em inglês), suporte da sua investigação, ou escreva para wombtwin.pt@hotmail.com se quiser contactar comigo em português para qualquer dúvida ou comentário.
O HOMEM É ABSOLUTAMENTE INCAPAZ DE ACEITAR O QUE NÃO COMPREENDE, E NEM SEQUER DESCONFIA QUE NEM TUDO COMPREENDE.
Camille Flammarion (astrónomo do sec. XIX)