Inefável memória
É ... um Ser..., uma ... criatura ...? Não, um corpo? Não! Não é uma mulher nem uma menina... nada disso! Não é uma figura, nem uma silhueta...; É uma presença! Sim é isso, uma presença… Imagine-se uma presença!
Não é uma pessoa, é uma presença, uma existência, uma … onda emitida por um conjunto de matéria que agrupada daquela maneira, e só daquela maneira, resulta daquele modo.
Não vem de fora, não é um olhar, nem um modo de estar... Não sei o que é...
Imagine-se algo indescritível como o cheiro de um perfume… mais o cheiro só, nem sequer se pode falar de perfume. Um sentimento como o que advém de um cheiro forte. E esse cheiro por sua vez desprende-se de uma presença… que se vê, que se ouve, que se sente, mas que não tem nome nem designação, porque o tal sentimento apaga qualquer referência.
Um sentido que tem a ver com a alma, não tem a ver com factos, portanto não tem a ver com a matéria, ... e no entanto é físico com certeza, se é um sentido, neste caso o olfacto.
Mas não é o ser um cheiro que interessa, é algo de indescritível como o é um odor que paira no ar, que se desprende daquela presença, que é tão forte que apaga os seus traços. Os traços físicos como os mentais, os racionais.
Só resta a irracionalidade, o descontrolo, perde-se a razão … e tudo o que era deixa de ser.
Salomé
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