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Mas vai renascer com todos estes e muito mais posts em http://www.gemeo-singular.blogspot.com/, com nova imagem e novo nome.


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LUTO INSONDÁVEL PRESO NUMA ESPIRAL DE AMOR SEM FIM

Veja no fundo desta página uma apresentação em 23 slides: a origem dos sentimentos que gémeos singulares relatam com mais frequência e uma descrição dessas sensações e emoções.



9 de junho de 2008

Lidar com crianças meio-gémeas

Muitos meios-gémeos manifestam nas suas vidas, e nomeadamente na adolescência, ansiedades e outros indícios resultantes da vivência de morte por que passaram mesmo antes de nascer. Mas também há casos de gémeos sobreviventes que não apresentam na sua vida futura nenhum tipo de angústias profundas. O que podem então os pais fazer pelos seus filhos gémeos sobreviventes na fase da infância para ajudar?

Em primeiro lugar, caso não tenham já a certeza quanto à existência de um gémeo desaparecido na gestação do seu filho será necessário observar a situação, fazer um diagnóstico. Com a ajuda da seguinte lista de sinais característicos geralmente presentes em crianças meias-gémeas, pode chegar à conclusão se o seu filho pertence ao grupo dos gémeos sobrevivente. Se ele apresentar algumas destas características: é diferente das outras crianças; é muito empático, sensível ao ambiente que o rodeia; tem uma imaginação rica, criativa; fala muito sobre a morte; gosta muito de animais; tem um amigo imaginário; interessa-se pela espiritualidade; mas por outro lado, se é excluído pelos amigos; odeia competir e prefere trabalhar em conjunto com toda a gente, se tem baixa auto-estima; não gosta de dormir sozinho; parece perdido e sozinho, ou se é hipersensível, pode por a hipótese, com muita probabilidade, de que ele tenha vivido a morte do seu irmão gémeo, uma situação de extrema perturbação emocional, no início da vida intra-uterina dele.

Pode ainda perguntar-lhe directamente se ele se recorda de ter havido mais alguém com ele quando estava na barriga da mamã. Esta pergunta deve ser feita num momento em que ele esteja calmo, sozinho consigo, antes de adormecer, por exemplo. Normalmente as crianças têm uma grande facilidade de entrar em contacto com essa memória recôndita. Se ele se recordar de algo pode perguntar-lhe ainda: – E como é que te sentias com ele/a?, ou – O que foi que aconteceu depois? A criança pode ficar triste ou perturbada, abatida mesmo, e se for esse o caso dê-lhe todo o conforto possível acolhendo a sua tristeza. Ela estará a fazer um luto, e esse processo é muito curativo para ela.

As investigações nesta área parecem indicar que se um indivíduo souber desde cedo que teve um gémeo, esta informação passa a fazer parte dele, ajudando-o a compreender melhor as suas sensações. Deste modo ele saberá que está a responder de modo perfeitamente normalmente à real perda da sua "outra metade". O melhor que os pais destas crianças podem fazer é contar-lhes desde o início que tiveram um irmão gémeo.

Tomando estas medidas de prevenção pode ter mais meios para lidar melhor com o seu filho:

- Informar-se acerca dos pormenores médicos da gravidez dele, de modo a poderem ir respondendo às perguntas do filho à medida que forem surgindo.

- Manter-se informados sobre os potenciais efeitos psicológicos da perda pré-natal de um dos gémeos de modo a aperceber-se atempadamente se surgirem problemas.

- Entrar em contacto com outros pais de gémeos sobreviventes para suporte mútuo e partilha de informação.

- Criar para o filho uma espécie de prova física do gémeo desaparecido: uma estátua, um brinquedo especial ou uma planta no jardim, etc. como foco das sensações de tristeza ou perda, para o caso que surjam.

- Validar as sensações do seu filho frente ao cepticismo dos outros, que gémeos sobreviventes realmente têm uma sensação de que lhes falta algo – mesmo que não lhe seja fácil acreditar nisto!

- Estimular o seu filho com amor e aceitação.

O facto do seu jovem sobrevivente ser "diferente" pode ser celebrado como um presente especial, já que eles são muitas vezes miúdos muito sensíveis e empáticos, e que gostam de cuidar de quem os rodeia.

Se tiver outras dúvidas pode contactar comigo directamente para wombtwin.pt@hotmail.com.

Bibliografia: Is your child a wombtwin survivor, What to tell my wombtwin survivor child and when

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