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LUTO INSONDÁVEL PRESO NUMA ESPIRAL DE AMOR SEM FIM

Veja no fundo desta página uma apresentação em 23 slides: a origem dos sentimentos que gémeos singulares relatam com mais frequência e uma descrição dessas sensações e emoções.



11 de junho de 2008

Bebés gémeos sobreviventes

Gémeos sobreviventes partilharam a sua vida intra-uterina com um ou mais irmãos gémeos, o que significa que a gravidez começou com dois, ou mais, bebés e terminou apenas com um. O irmão gémeo pode ter morrido em qualquer etapa da gravidez até ao momento do nascimento, incluindo aqui o chamado síndrome do gémeo desaparecido, amplamente observado e estudado pela medicina.

A perda de um gémeo, como qualquer outro acontecimento marcante (seja positivo ou negativo) durante a gestação, terá um efeito potencial no desenvolvimento da personalidade desse indivíduo. A psicologia pré-natal está hoje bem estabelecida e já podemos afirmar com certeza que a nossa vida no ventre tem muita influência na formação da nossa personalidade. Os gémeos sobreviventes são um caso especialmente interessante nesta matéria.

Muitos meios-gémeos manifestam nas suas vidas, e nomeadamente na adolescência, ansiedades e outros indícios resultantes da vivência de morte por que passaram mesmo antes de nascer. Mas também há casos de gémeos sobreviventes que não apresentam na sua vida futura nenhum tipo de angústias profundas. A pergunta é, a que se deverá essa diferença.

A qualidade do vínculo que a mãe estabelece com o seu bebé durante a gravidez, logo depois do nascimento e nos primeiros meses, tem uma importância crucial para que sejam reduzidas as consequências emocionais negativas nomeadamente as que os gémeos sobreviventes enfrentam. Para estas crianças um vínculo de qualidade com a mãe poderá ajudar a curar precocemente a ferida que eles trazem da sua vida intra-uterina. Se a dor e o luto forem partilhados com a mãe desde o primeiro minuto, se ela acolher os lamentos do bebé e lhe poder oferecer o apoio que ele necessita, é provável que ele venha a ter mais facilidade em superar essa perca.

Com um contacto corporal muito próximo, e uma disponibilidade e entrega emocional da mãe para estar e cuidar do seu filho nos primeiros meses, ele terá a oportunidade de se ir libertando da sua condição gemelar inicial, tomando consciência do seu próprio ser individual e único. Este é o “método” usado entre povos naturais para cuidar dos seus filhos, eles sabem que para um bebé crescer emocionalmente saudável ele precisa de um cuidado atento, próximo e permanente nos primeiros tempos de vida.

O toque é uma necessidade básica de qualquer recém-nascido, ajuda-o a reconhecer o seu envelope corporal e a construir assim a sua identidade própria. No caso do nosso bebé sobrevivente de uma gravidez gemelar, o toque é especialmente importante para que ele possa crescer assumindo-se como uma só pessoa inteira. Porque esta é a dor dos gémeos sobreviventes – o facto de lhe faltar uma parte (o seu irmão gémeo) - de quem eles pensavam que eram.

Naquela fase precoce do seu desenvolvimento, em que se deu a tragédia, o indivíduo ainda não conseguia diferenciar claramente entre quem ele era, e quem era aquela criaturazinha que crescia a seu lado. Existe nele a tendência para a confusão de identidades. Com a ajuda de uma mãe informada, que está lá, que o recebe e lhe dá um apoio seguro, ele terá os fundamentos para ultrapassar com sucesso essa dificuldade.

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